A aliança foi discutida recentemente em uma reunião entre Medeiros e o ex-presidente Lula, em São Paulo. Uma das condições colocadas pelo PSOL para apoiar o PT no primeiro turno é uma defesa enfática a uma proposta econômica mais voltada à esquerda, incluindo a revogação do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. A derrubada do teto como proposta central não é um consenso no PT e por isso entrou nos debates.
O presidente do PSOL admitiu, em entrevista ao Broadcast Político, a negociação com o PT para apoio no primeiro turno. “É uma possibilidade considerando a gravidade do momento do Brasil e vai levar em conta aspectos programáticos, arco de aliança e possíveis acordos eleitorais nos estados que sejam de interesse do PSOL”, disse Juliano Medeiros.
Uma ala minoritária do PSOL, no entanto, tenta manter a estratégia adotada nos últimos lançando candidatura própria no primeiro turno. O aceno de Lula ao Centrão e ao setor empresarial incomoda a corrente mais radical do partido, que saiu do PT justamente por divergências à política adotada pelo ex-presidente ao assumir o poder, em 2003.
“Essa unidade que todos sejam contra Bolsonaro não pressupõe a subordinação das nossas ideias a teses que já tiveram oportunidade de governar, ao contrário, é necessário também apresentar um programa que vá à raiz dos problemas”, afirmou a deputada Fernanda Melchionna (RS), a favor da candidatura do deputado Glauber Braga. Entre as prioridades, a parlamentar cita a taxação de grandes fortunas, auditoria da dívida pública e “um programa de esquerda que não aceite políticas de conciliação de classes ou seja alianças com partidos da burguesia.”
Blog do Denizio Duarte
Informações Microsoft News
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