24 julho 2022

Oficializado candidato, Bolsonaro convoca apoiadores para ir às ruas e retoma ataques ao STF

Presidente Bolsonaro

Blog do Magno Martins 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores a “irem às ruas pela última vez” no dia 7 de setembro em discurso durante convenção do PL no Maracanãzinho, na manhã deste domingo, 24, no Rio de Janeiro. O presidente voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem se referiu indiretamente como “surdos de capa preta”.

“Nós não vamos sair do Brasil. Nós somos a maioria, nós temos disposição para luta. Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas para a última vez. Vamos às ruas pela última vez. Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Tem que entender que quem faz as leis são o Poder Executivo e o Legislativo. Tem que jogar dentro das quatro linhas das constituição”, disse Bolsonaro. As informações são do Estadão.

Bolsonaro fez um discurso de 1 hora e nove minutos dentro do esperado pela campanha: relembrou projetos do governo federal e fez acenos ao eleitorado feminino.

Dentro do script da campanha, Bolsonaro destacou criação do teto do ICMS para combustível e para energia elétrica, a construção de ferrovias comandada pelo então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, e a atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na aprovação de pautas do governo. Ele disse ainda que o governo pretende manter R$600 para o Auxílio Brasil no próximo ano.

“Lira tem colaborado muito com o nosso governo. Graças ao Lira conseguimos aprovar leis que abaixaram os combustíveis. Se não fosse o Arthur Lira, esse cabra da peste de Alagoas, não teríamos chegado a esse palco”, afirmou Bolsonaro.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, um dos focos do megaevento de hoje é diminuir a resistência a Bolsonaro entre as mulheres e mostrar um candidato preocupado com questões econômicas e sociais. Como planejado pela equipe da campanha, a primeira-dama Michelle Bolsonaro ficou ao lado do presidente durante todo evento.

Logo ao entrar no ginásio do Maracanãzinho, Bolsonaro afirmou que “quebraria o protocolo” e passou a palavra para a primeira-dama, que fez um discurso em tom religioso com acenos às mulheres e aos evangélicos.

“Falam que ele não gosta de mulheres. Ele foi o presidente na história que mais sancionou leis de proteção às mulheres. Setenta leis de proteção às mulheres. Quando ele leva água para o Nordeste, ele está cuidando da mulher. Esse é o presidente que falam que não gosta de mulheres. A diferença é que ele faz. Ele não quer se promover. Ele quer entregar. Esse é o nosso compromisso desde 2019. Nós iríamos trabalhar sem deixar ninguém para trás”, afirmou Michelle, que relembrou ainda a facada sofrida pelo presidente durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora: “Não é um projeto de Poder ou de status. É um projeto de libertação”.

O ato político ainda sacramenta de uma vez por todas o casamento entre militares e Centrão: à revelia de todos os conselheiros políticos, Braga Netto foi oficializado candidato a vice. A ala política do Palácio do Planalto tentou emplacar a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), para tentar suavizar a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres. Mas o presidente fez questão de ter o militar como forma de “seguro impeachment” em um eventual segundo mandato.

“Nós militares juramos dar a vida pela pátria. Todos vocês aqui juraram dar a vida pela sua liberdade. Esse é o nosso Exército, Braga Netto, o povo. Um Exército que não admite corrupção, não admite fraude, quer respeito e vai ter. É um exército com 210 milhões de pessoas. Não ousem tocar na liberdade do meu povo”, afirmou.

O partido não revelou quanto investiu na convenção. No fim do ano passado, o ato de filiação de Bolsonaro ao PL, cerimônia de menor proporção, custou R$ 370 mil, pagos majoritariamente com recursos do Fundo Partidário.

O PL estima que 12 mil pessoas, incluindo a equipe do partido e a imprensa, comparecerem ao evento. A expectativa divulgada ao longo da semana era de 10 mil pessoas.

Críticas ao ex-presidente Lula

Após seguir a orientação da equipe de campanha em parte do evento, Bolsonaro retomou um discurso voltado para sua base eleitoral, com um tom conservador, no fim de sua fala. O presidente fez críticas a uma suposta “ideologia de gênero”, contra a legalização das drogas e do aborto e com ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro disse que Lula pretende legalizar o aborto e as drogas no Brasil, caso volte à Presidência da República, e chamou o ex-presidente de “cachaceiro”, “nove dedos”, “descondenado” e “bandido”. O presidente disse ainda que o governo federal está há três anos e meio sem corrupção e que os “jovens de esquerda” devem fazer uma comparação entre os dois governos antes de escolher o voto.

“Vocês sabem o que vou fazer se for reeleito de forma transparente e democraticamente”, diz Bolsonaro.


Blog do Denizio Duarte

Nenhum comentário:

Postar um comentário